sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Nhoque e Home Office


Trabalhar home office é uma dádiva que eu achei que nunca poderia usufruir. Mas como a vida sempre nos pega de surpresa, em dezembro completo 1 ano de trabalho em casa.
Claro que não há só glamour como todos pensam, mas é necessário ter uma dose extra de organização, responsabilidade e comprometimento.
Aqui em casa, eu faço como se estivesse no escritório: acordo sempre no mesmo horário, fico online o dia todo, paro para preparar meu almoço e finalizo meu job no término do expediente. Além de poupar horas durante o transporte entre ir e vir, consigo fica mais tempo com minha cachorrinha, cuido da casa e da minha alimentação.

Essa semana, por exemplo, resolvi experimentar receitas novas, entre elas, um nhoque de massa de coxinha que minha sogra querida me passou, e olha, que receita, viu?
Ao fazer os rolinhos, comi alguns para experimentar a massa, e me questionei sobre o nome "nhoque". Pra mim, sempre vai ser por beliscarmos alguns gominhos antes de ficarem prontos. Quando você vê: nhoc! Já foi!

Enfim, comi de joelhos, com molho, sem molho, delicioso de qualquer jeito. Aprecie sem parcimônia.

Nhoque de Massa de Coxinha (sogra da Jurema)

Ingredientes:
2 cubos de caldo de legumes;
4 colheres sopa de margarina;
1/2 kg de batata cozida e espremida;
650 ml de água.

Modo de preparo:

Leve ao fogo em uma panela o caldo de legumes, a margarina, a batata e a água e misture bem. Quando começar a ferver abaixe o fogo e jogue de uma vez a farinha de trigo. Vá mexendo para que a farinha cozinhe, até formar uma massa homogênea e desgrudar da panela.
Coloque a massa na pia ou em um pirex e assim que esfriar um pouco, sove bem.
Faça os rolinhos, corte e se quiser recheie com mussarela e queijo minas. O meu eu fiz assim.
Coloque em um pirex com o molho da sua preferência e leve ao forno médio por aproximadamente 15 minutos.
Não precisa cozinhar na água! Não é o máximo?

domingo, 13 de maio de 2012

Todas as mães de todos os dias


O post de hoje é dedicado a todas as mães de todo o mundo, mesmo as que não tenham filhos em suas certidões, mas muitos filhos de consideração nos enormes corações.
Mas passemos então a palavra para a protagonista desse blog.

Mãe-bahia

"Pra falar a verdade, o segundo domingo do mês de maio, que a indústria e o capitalismo nomeou de Dia das Mães, nunca foi muito comemorado na minha família, bem como as demais datas comemorativas comerciais estabelecidas, como Natal, Dia dos Pais e por aí vai.  Eu acho que essa indiferença veio do meu pai, que sempre trabalhou no comércio e no que dependesse dele, abriria sua loja até aos domingos, feriados e durante a madrugada. Minha mãe e nós nos acostumamos tanto com isso que na escola e perante os demais familiares soava um tanto estranho, grosseiro, para alguns até de mal gosto, mas conforme eu e meu irmão fomos crescendo e amadurecendo, conseguimos entender a dimensão e a intenção de tudo isso, sem precisarmos justificar aos outros ou a nós mesmos.
Pois bem, o Dia das Mães lá não poderia ser diferente: minha mãe fazia algum rango diferente, a gente ía até a padaria comprávamos algo bem doce e gostoso, como um bolo de chocolate para tomarmos na hora do café, todo mundo senta à mesa e depois ligamos a tv, cada um vai para seu quarto, beijos e abraços na mamãe, presentes pra ela e ok.
Mas esse ano foi diferente. Minha mãe está há alguns muitos quilômetros daqui, sei que por mais que nunca liguemos para a data em si, sei que ela lá e eu aqui sentimos um apertozinho no coração, um vazio, mas ao mesmo tempo, que essa data nos serviu só para reforçar o quanto nos amamos, o quanto somos gratas pela existência física, mental e emocional que cada uma representa, o quanto nos respeitamos principalmente por nossas incontáveis diferenças, pela mulher única que cada uma é, o quanto somos semelhantes em nossos valores, pela nossa discrição e em como somos sagazes na execução de tarefas, o quanto sentimos a falta, mesmo que em momentos não tenhamos saco para ouvir uma a outra, o quanto somos felizes por sabermos que você tem a mim e eu a você, o quanto você é a mulher mais linda que eu conheci, desde quando nasci, o quanto você reforça que sou sua filha linda, o quanto se orgulha de mim e o quanto sempre me apoiou em tudo o que fiz e o que quero fazer, o quanto rezamos juntas, uma lá, outra cá, o quanto sonhamos, pensamos, vivemos, amamos.
Ufa, me emocionei! Bom, liguei pra ela lá na Bahia, e ela me atende dizendo que está na casa da vó, assando um frango com algumas primas e os sobrinhos. Desejo a ela um feliz dia das mães, que a amo muito e queria que ela estivesse aqui. Ela brinca, avisando para que fizesse o almoço e que chegaria bem na hora. Acabei rindo um pouco sem jeito, imendando a conversa perguntando sobre minha avó, as crianças, se estavam todos bem, quando ela passa o telefone à minha avó, que por conta da sua idade avançada, está com sua audição um tanto comprometida, à ponto de eu ter de falar tão alto, que os vizinhos ouvem o que digo, mas minha avó não. Ela pergunta se sou eu, e eu digo que SIM, SOU EU, VÓ, BÊNÇÃO, e ela me dá a benção, logo depois pergunta se está tudo bem, eu digo que sim, desejo um feliz dia das mães pra ela, que agradece e diz que não está me ouvindo direito, passando o telefone pra minha mãe. Nos despedimos com beijos, EU TE AMO, e digo que estamos esperando a visita dela em breve. Depois de desligarmos, fica um vazio, suspiro e logo sigo até a cozinha, começar a preparar o almoço.



Mãe-sereia

Essa mãe eu conheci na quarta ou quinta vez que saí com meu marido, que na época ainda estávamos nos conhecendo. Eu nunca me esqueço desse dia, pois além do meu constrangimento em estar na casa dela às 11 horas da manhã, seus lindos e enormes olhos verdes fitaram os meus de uma maneira tão infantil que logo os meus entraram num estado de relaxamento, se entregando à confiança do momento, como que quisessem dizer MUITO PRAZER.
Dali em diante, firmamos o nosso relacionamento muito além de nora e sogra, ou a namorada do filho dela, ou a mãe do meu namorado. Desde os primeiros encontros e conversas, sempre houve cumplicidade de ambas e uma identificação espiritual e feminina muito semelhantes, rendendo ótimas histórias, lembranças, porres, viagens, risadas, lágrimas, ombros, abraços, afagos e claro, olhares.
Eu digo que ela é minha Mãe-sereia, por que o nome dela é de sereia, o olhar dela é de sereia e ela, assim como eu, amamos a praia, amamos o mar, amamos as águas, somos morenas, cabelos escuros, filhas da grande mãe Iemanjá.
Mas ela é minha mãe, acima de tudo, por ter me acolhido sempre no seu coração e na sua vida com a maior simplicidade do mundo, por sempre me respeitar, me aconselhar de forma sensata, direta, objetiva, carinhosa e amorosa, por ser a mulher mais linda que conheci, depois da minha Mãe-bahia, por ter essa essência de menina e mulher que me identifico e me identifiquei, me admiração que eu tenho por você, essa mulher guerreira, infinita, única, grande e tão pequena ao mesmo tempo, que faz de você esse ser maravilhoso, que eu cultivo no meu coração, dormir e acordar pensando, nas minhas preces, nos meus sonhos, nos meus planos, na minha vida inteira, pela enorme compreensão da nossa juventude que às vezes desmedida, mas que hoje só reforçou nossa eterna amizade, amor e incondicional respeito. Essa é a mulher que hoje em dia são raras, que possui uma mente inteligentíssima sobre as artes, história, sobre a vida, sobre as vidas, sobre cozinha, sobre artesanato, sobre aprender, sobre sobreviver, sobre morrer e nascer denovo.

O meu coração pra essas duas mulheres que hoje, só sou a mulher de hoje, graças a essas duas almas, todas, filhas de Iemanjá. Axé, minha mãe!"


quarta-feira, 28 de março de 2012

Pra matar as saudades de mãinha


Imagem do blog http://maesolteirarecemcasada.blogspot.com.br

E lá se foram 4 meses depois que a mãinha de Jurema, Dona Arlinda, resolveu morar em sua terra natal, Pilão Arcado. Se perguntar pro povo de lá o porquê desse nome ninguém vai saber te dizer, mas de acordo com a denominação está ligada a uma lenda de pescadores que encontraram um pilão, com formato de uma curva em arco, em uma das margens do rio São Francisco, e passaram a utilizá-lo para pilar o sal que salgava o peixe. Fato ou não, quase ninguém conhece essa cidade que fica bem no interior do Estado da Bahia.

Pra quem passou mais de 30 anos da vida na cidade grande, Dona Arlinda tirou férias do trânsito e de suas lamentações (mas arranjou outras lá em Pilão Arcado), mesmo sabendo que lá teria uma nova adaptação.

Com a distância de mais de 1400 quilômetros, metrô, ônibus até o aeroporto, avião até Salvador, Jurema quis matar um tiquinho da saudade que estava apertando em seu peito de sua mãe, levando consigo, claro, seu marido e companheiro de aventuras Afrânio.

Chegaram a cidade quase ao mesmo tempo, combinando até em pegar o mesmo taxi para a pousada. Ao entrar no veículo a choradeira e emoção foi geral, afinal, foram mais de 4 meses sem os sorrisos, os berros, os abraços de mãe e filha inseparáveis. A emoção passou um pouco para frustração, quando Jurema perguntou o valor da corrida: R$ 100,00. Um assalto logo na primeira noite. Brochante.

Jurema e Dona Arlinda além de mãe e filha são e sempre foram muito amigas, até pela pouca diferença de idade entre as duas (20 anos). Com a distância, a amizade só aumentou, como também a cumplicidade, o amor e o respeito.

Na noite de estreia, foram jantar em um restaurant típico, recebidos com uma cerveja e uma moqueca (com dendê, pois sem o dendê eles chamam de “ensopado”) de polvo com camarões, acompanhada de pirão, banana, arroz e farofa. Essa é a Bahia!

Ao amanhecer, o calor despertou o casal e Dona Arlinda, que correram direto para o café da manhã baiano, com tapioca, sucos, ovo mexido e batata doce. Cida, uma das funcionárias da pousada, já os recebeu com um bom dia tão nordestino que carregou o clima leve durante toda a viagem. O próximo destino e mais importante, a praia de Stella Maris, cheia de turistas e surfistas que acompanhavam o Circuito de Surf.

Uma praia de águas limpas, mas cheia de buracos, ondas e muitos competidores na água, permitiu que Dona Arlinda fritasse no sol como uma lagartixa no deserto, se besuntando de óleo de urucum, enquando o bronze holandês de Afrânio foi mantido debaixo do guarda-sol. Jurema se revezou entre o protetor solar e o sol, o mar, a água de coco, a espreguiçadeira. Mas quando os raios marcaram o pino do meio-dia, Jurema propôs:
- Afrânio, que tal a gente curtir agora lá na piscina da pousada? Depois a gente pode sair pra almoçar!
- Bora, Jureminha! Você vem conosco, sogra?
Dona Arminda estava inconformada com sua cor ainda não ser o ideal, então permaneceu estirada na cadeira por algumas horas.

Jurema e Afrânio curtiram a piscina e todo o clima aconchegante da pousada, inclusive acompanhados de um hóspede permanente e inusitado: o papagaio. Era tão simpático o bicho que repetia perfeitamente “Louro”, “qué café”, “Ilariê”, “vem”, e Afrânio se empolgou nos cliques, praticamente um book fotográfico em diversas poses sobre a árvore do “lorinho”.

Horas depois, Dona Arminda permanecia ao sol, obrigando Afrânio e Jurema a buscá-la e regastá-la para o almoço. Mesmo insistindo que não estava com fome, Dona Arminda os acompanhou, quase que intimada!

À noitinha, sairam para um pub próximo bebericar e jogar conversa fora, reclamar da vida em Pilão Arcado, em São Paulo, chorar as pitangas e bem sabemos que nessas horas a emoção rola solta, desde lavar roupa suja, chororô, abraços, tudo. Mas o que sobra é a saudade, sempre.

Chegou o dia de ir embora. Curtir os últimos momentos na praia só pra constar e levar novas fotos pra São Paulo e Pilão Arcado. Na despedida, Dona Arlinda chorou feito criança, enquando Jurema segurou suas lágrimas para depois, ajeitou o cabelo louro da mãe, suspirou e disse:
- Mãinha, se cuide. Logo logo estaremos juntas denovo.
Dona Arlinda entrou no taxi, acenando para a filha e repetiu:
- Uma semana, minha filha, eu volto pra ficar com vocês.

Ao chegar no aeroporto, Jurema desabou nos ombros do marido, e assim permaneceu durante todo o voo de volta à São Paulo.

O que Jurema ainda não sabe é que sua mãinha estará de volta quando ela menos esperar. Nem quando der tempo de sentir saudades novamente…

sexta-feira, 9 de março de 2012

Cospe que sai sangue

Quem nunca ficou internado num hospital público ou foi acompanhante de alguém não faz ideia de como é esse ambiente. Infelimente , Jurema passou por essa terrível experiência recentemente ao sentir fortes dores estomacais e vomitar sangue.
Numa linda quinta-feira noturna de lua, dia da rainha do mar Iemanjá, Afrânio e Jurema sairíam para comemorar a oficialização do casamento deles, com um almoço romântico, porém, mal saberiam que a noite de pesadelo só estaria no começo.
Ao chegar em casa, Afrânio encontrou sua esposa com enjoos e a questionou sobre seu estado de saúde:
- Jurema, o que você tem? Está enjoada?
- Sim, Afrânio, estou com um pouco de enjoo, acho que vou vomitar.
Jurema, crente de que seria um simples enjoo, por ter comido algo que não a fez bem, se assustou quando viu sangue na privada, chamando a atenção de Afrânio:
- Vou chamar uma ambulância, temos de levar você ao médico agora mesmo!
- Não precisa, vamos de moto.
- Moto? Se chegarmos de moto você demorará horas pra ser atendida! Você está vomitando sangue, mulher, sangue!

Diante do cenário um tanto preocupante, Afrânio ligou imediatamente solicitando uma ambulância, mas a espera e o estado agravante de sua esposa só o deixou cada vez mais preocupado e nervoso, levando-o a buscar ajuda com seus amigos que poderiam oferecer uma carona, sem sucesso. A ambulância demorou cerca de 15 minutos, que seriam uma eternidade para o casal, mas assim que o veículo chegou os dois respirariam um pouco mais aliviados.

Já dentro da ambulância, Jurema recebeu os primeiros cuidados para saber um pouco mais de seu estado de saúde, como pressão arterial, temperatura corporal e o mais importante: o que teria ingerido antes dos sintomas. No exato momento que Jurema tirou de sua bolsa uma cartela de remédios para enxaqueca o plantonista alertou:
- Senhora, esse remédio é a possível causa do seu sangramento, pois as substâncias aqui contidas, como ácido acetilsalicílico são usadas em pacientes que sofrem de infarto. Jurema olhou assustada para o rosto do marido também assustado e lembrando que havia feito o uso da medicação por 3 semanas, ocasionando assim esse sangramento no estômago.

Foram levados ao hospital Heliópolis, na zona sul de São Paulo, pela localização mais próxima e pela presença de médicos plantonistas especializados nesse caso. Jurema nunca gostou muito do clima de hospital, ainda mais os públicos, pela falta de educação, atenção e precisão dos diagnósticos da maioria dos pacientes, mais humildes. Ao chegar ao local, Jurema foi prontamente atendida pela Dra. Janice, que a examinou cuidadosamente e entrevistando-a para entender melhor os sintomas e diagnosticá-la. Sem sombra de dúvidas, Jurema se submeteu a uma série de exames de sangue, além da péssima notícia à uma hora da manhã: teria de ficar internada até às 7 horas da manhã, para poder realizar o exame de endoscopia, imprescindível em casos gástricos. Quando Afrânio chegou à sala de repouso, onde Jurema descansava ingerindo pela veia do braço litros e litros de soro e omeprazol, medicamento muito comum para problemas estomacais, desacreditou nas palavras do marido:
- Agora são quase duas da madrugada, estou com fome e vou ter de ficar aqui, nesse lugar, de jejum até às sete da manhã??
- Sim, você precisa estar em jejum para a realização do exame e também não acho nada bom sairmos daqui sem entender realmente o que aconteceu com você.
Jurema pensou por alguns instantes e acabou concordando com o marido, claro, a contragosto, pois queria estar em sua casa, descansando em sua cama, em seu lar.

A descrição da sala de repouso é totalmente o inverso de uma sala de repouso. Quando Jurema deu entrada, haviam somente duas senhoras nas macas do fundo dormindo, o local frio, muito frio, obrigando Jurema a se enrolar em um dos lençois disponíveis próximos à sua maca. Não haviam cobertores. Após alguns instantes, uma senhora, acompanhada de sua filha, deram entrada à sala de repouso, causando o maior estardalhaço por parte de algumas enfermeiras plantonistas. A senhora apresentava um quadro de insuficiência respiratória, dores nas costas, barriga e reclamava muito de seus incômodos, enfim, Jurema e Afrânio se entreolharam na hora e logo concluiram que seria um sintoma de início de infarto. Como é de se esperar, a senhora e sua filha permaneceram durante duas e longas horas incansáveis, implorando por atendimento, até que outra médica plantonista tomou as rédeas da situação e transferiu a senhora para a UTI, para alívio das demais ocupantes da sala de “repouso”.

Por vezes Jurema tentou fechar os olhos para dormir, já que as horas pareciam rastejar e sua impaciência em ir para casa ficava cada vez maior e angustiante, a ponto de levá-la às lágrimas:
- Afrânio, vamos embora! Não aguento mais ficar nesse lugar! Estou com fome, não consigo dormir, pelo amor de Deus, não quero mais ficar aqui.
- Calma, Jurema, você precisa ser forte, faltam poucas horas pro seu exame, tente descansar um pouco, vai, assim a hora passa mais rápido.

Algumas longas horas depois, Jurema que tinha apenas cochilado durante meia hora, devido aos gritos histéricos vindo da ala das enfermeiras, olhou fixamente para o relógio que marcava sete horas da manhã, horário informado pela médica que iniciaria-se o exame de endoscopia. Após pressões de Afrânio à médica para que sua esposa fosse atendida e que não aguentava mais ficar ali aguardando, além de ameaçar ir embora, caso não fosse atendida na próxima meia hora, a médica atendeu o casal, encaminhando Jurema à sala de exames. Chegando lá, Jurema foi prontamente atendida, realizando o exame sem maiores problemas, inclusive, obtendo o resultado no mesmo instante: apenas uma gastrite leve, com algumas aftas estomais, ocasionadas pelo uso do medicamento.
Jurema foi levada novamente à sala de repouso, aguardando a receita da médica e a autorização de alta. Já seriam nove e meia da manhã da sexta-feira.

A primeira coisa que Jurema fez ao sair do hospital foi comer, mas comer um pão na chapa e aliviar os momentos que viveu na sala de luzes incomodamente brancas, paredes geladas e barulhos agoniantes. Seu segundo desejo:
- Afrânio, vamos para a praia?
- Agora? Você não está com sono?
- Não! E você?
- Não, então, vambora!
- Só se for agora!

Nada melhor que o sal do mar e a bênção de Iemanjá pra tirar a zica e renovar as energias do casal mais marmota da atualidade.